Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas
no Estado do Rio de Janeiro

Hoje dia 10 de Dezembro celebramos o dia internacional dos Direitos Humanos, mas pouco ainda temos a comemorar e muitas lutas a fortalecer. 

O mundo vive uma de suas mais impactantes crises globais, crise esta que acirra e fomenta globalmente modelos sociais altamente excludentes e segregadores. Ainda não conseguimos dar respostas contundentes de justiça social a diáspora africana, e novas diásporas já se somam a esta, como por exemplo a crise síria ou a crise venezuelana, e as soluções territoriais e espaciais que passam por exemplo pelo não-lugar chamado de campo de refugiados.

Lembremos também a crise chilena em luta por direitos básicos de sobrevivência, contra a herança das políticas equivocadas de Pinochet, ou todas as periferias que formam nosso Brasil profundo sem saneamento e direitos básicos de sobrevivencia, onde se legitima, pelos poderes vigentes e opinião pública, que o Estado pode matar.

E a que toca nossa profissão? em que o arquiteto se relaciona com estas questões? primeiramente porque antes de arquitetos e urbanistas, somos seres humanos em segundo porque é parte de nossa função social lutar pelos princípios básicos da vida. Além de que, é elemento de ciência, da nossa cadeira, seja na arte e na técnica, a concepção e operação do espaço, do território, da cidade, do habitat. Passa por nossas mãos, a construção de espaços mais igualitários, não segregados e mais universais. Cabe compreendermos que o sentido mais belo de nossa profissão vai muito além de rodas estacionadas a beira de baías. Nosso sentido é ser parte de outra roda, a roda de lutas onde a arquitetura e o urbanismo se reflitam enquanto um direito a todos, onde possamos modificar essa lógica em que se proliferam espaços de medo e transformemos em espaços de desejo de vida, de encontros, de potencialidades sociais. 

Neste sentido, celebremos este dia de defesa dos Direitos Humanos e sigamos lutando, pois muito ainda há de se construir e nós fazemos parte desta construção! 

Assina esta nota o presidente.

Rodrigo Bertamé